Já em sua origem, a proposta da MFL foi ser democrática. O evento surgiu em 2002 para dar espaço a uma crescente produção em vídeo, com poucas chances de distribuição. Por isso, desde então a mostra aceita a inscrição de qualquer tipo de filme, da película ao digital, do curta ao longa, do velho ao novo.
- A gente aceita todos os formatos, durações, gêneros, aceita até filmes antigos. Isso nenhum outro festival faz - explica Guilherme Whitaker, criador e organizador da mostra. - Nos últimos anos, os festivais maiores acabaram mudando seu perfil, e recebendo filmes feitos com menos grana. Mas isso é uma coisa que a gente já faz há dez anos. Produtoras que estão em voga hoje, como a Teia, de Minas Gerais, ou a Alumbramento, do Ceará, já tiveram trabalhos exibidos com a gente há bastante tempo.
Tem gente fazendo filmes ótimos, mas que não passam em lugar algum. É por causa deles que a mostra existe e se mantém até hoje. Não adianta mandar filme careta que a gente rejeita. Queremos filmes independentes da caretice e também independentes na produção.
Em comemoração à data redonda do aniversário, a MFL 2011 terá um foco na jovem produção brasileira, com uma retrospectiva de filmes que passaram pelo evento e que foram realizados neste início de século. No total, serão exibidas 333 produções, sendo que mais de 90% delas foram rodadas sem verbas de leis de incentivo fiscal.
- Tem gente fazendo filmes ótimos, mas que não passam em lugar algum. É por causa deles que a mostra existe e se mantém até hoje - diz Whitaker. - Não adianta mandar filme careta que a gente rejeita. Queremos filmes independentes da caretice e também independentes na produção. Dane-se se o cara faz um filme com ou sem apoio, a gente não veta nada, mas a ideia é valorizar quem não precisa de verbas públicas para realizar sua obra.
Enquanto no ano passado a MFL reuniu 5.500 pessoas, espera-se o dobro de espectadores para este ano. Será a primeira vez que o evento terá uma perna em São Paulo e nunca antes houve tantas sessões - serão 59 - em cineclubes.
A abertura, marcada para hoje, será restrita a convidados com a apresentação de um vídeo feito especialmente para a MFL pelo artista Christian Caselli e a pré-estreia da nova produção de Nilson Primitivo e Paulo Duarte, "Um inferno sem lazer". Já a partir de amanhã, a mostra vai abrir suas portas ao público, com a projeção do projeto coletivo "Desassossego" (foto), às 19h30m, no CCBB. No sábado, no mesmo local e horário, será a vez de "O céu sobre os ombros", de Sérgio Borges, o vencedor do último Festival de Brasília, chegar ao Rio. Depois, no domingo, novamente às 19h30m e no CCBB, será exibido "Os monstros", novo filme de Luiz e Ricardo Pretti, Guto Parente e Pedro Diógenes, os mesmos diretores de "Estrada para Ythaka".
Além desses, estão na programação "Luz nas trevas", de Helena Ignez, "Legião estrangeira", de Luiz Alberto Rocha Melo, "Chantal Akerman, de cá", de Gustavo Beck, entre outros. Haverá, ainda, debates com os realizadores.
- Neste ano estamos trazendo 18 convidados de outros estados para participar das sessões com o público. Isso vai ser importante para movimentar mais e mostrar para as pessoas o que é um filme livre - afirma Whitaker.
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